Todo curitibano é um sujeito discreto. Até o mais “incomum” dos cidadãos é discreto. Essa talvez seja a chave para entender o porquê de os personagens de Curitiba serem mansos, pouco afeitos ao espalhafato. Do vampiro à santa popular, ninguém foge à regra. Nem mesmo o detetive curitibano. Quando o jornalista e escritor Edilson Pereira – precisa dizer que ele discreto? – criou Lindomar Stenzel não pensou em outra coisa que não fosse o um homem camuflado na multidão, mas nem por isso incapaz de solucionar os mistérios que lhe cabem da cidade. Esse ar insuspeito de Curitiba é o cenário perfeito para as histórias de crime, mistério e paixão escritas por Pereira. Seus novos livros, Uma mulher muito perigosa e O Português dos olhos verdes (Baskerville, 116 págs., e 245 págs.), lançados no formato “dois em um”, não criam contradição sobre a questão.
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