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Edilson Pereira - Escritor e Dramaturgo
Crônicas

O caso da mulher triste

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Uma coisa Juvenal descobriu tarde, quando pensava encerrada a época das descobertas importantes: Ofélia gostava de ser triste. E gostava de ser triste porque não conhecia outra coisa que fosse a tristeza. Ela afugentava da vida o que a pudesse fazer feliz. A princípio Juvenal pensou que a tristeza de Ofélia se originava na infância difícil. A mãe era uma mulher estranha que se apaixonou por um domador de circo, abandonou o marido e vendeu a filha para a comadre por dois vestidos de chita e uma caixa de pó-de-arroz Cashmere Bouquet. Em decorrência, o pai bebeu até morrer. Ofélia soube que a mãe cuidou dos filhos do domador. E quando ficou velha, enlouqueceu e morreu falando o nome de Ofélia. Às vezes uivava feito loba, chamando a filha em noites de lua cheia. Ofélia soube disso porque o domador contou para a comadre, no dia em que foi avisar que a mulher morreu. A nova mãe de Ofélia, a comadre, criou-a como se cria pessoas a quem não se ama. O homem é capaz de amar os animais, mas não ama o semelhante com a mesma intensidade. É claro que neste vasto mundo existem as exceções. No caso de Ofélia, ela foi criada com misto de piedade e sadismo.

Aos dezoito anos, Ofélia chegou a uma conclusão curiosa:

“As prostitutas são felizes.”

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31 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

As velhas vampiras de Curitiba

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Duas mulheres esperavam o ônibus em um ponto, uma nova e outra velha. A nova com bebê no colo e a velha, sozinha, observava de longe a felicidade da mãe com o filho. A mãe o envolvia com ternura, e a outra disse:

“Que lindo. Quando pequeno a gente quer morder e até comer, de tão bonitos!”

A outra sorriu. A velha se recolheu em suas lembranças e completou:

“Não se iluda, quando crescem a gente se arrepende de não tê-los comido.”

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30 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

Os anônimos cantores de rua da cidade

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Há nas ruas de Curitiba um encanto que outras cidades não têm. Pelo menos as outras que conheço. Soube que em Amsterdã e Paris parece haver algo igual e, por conta da salsa zairense, em alguns bairros de Kinshasa. Mas impressionam os cantores de rua de Curitiba. A primeira curiosidade é que não se sujeitam a um ritmo ou gênero musical, tampouco faixa etária ou etnia. E, como não bastasse, não formam um grupo homogêneo; nem sequer são boêmios ou notívagos. São quase desconhecidos entre si e, ainda assim, se concentram próximos uns dos outros, ao longo da rua XV e nas praças Tiradentes e Osório. Há desde uma dupla sertaneja mutante, cujo cantor fixo é um negro de cabelos loiros, até outra dupla, formada por dois cegos, um deles eventualmente substituído pela mulher do outro. Há o grupo de bolivianos que não desgruda da praça Tiradentes, dividindo o lugar com os pombos e o grupo latino heterogêneo, com peruanos e argentinos, que toca El Condor por onde passa. Há o saxofonista solitário da praça Osório, com solos melancólicos, há o homem do clarinete acompanhado por seus filhos em instrumentos de percussão, nas proximidades da antiga sede do Bamerindus.

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29 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

A peixeira de prata de meu avô

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As armas brancas fascinavam meu avô e irritavam a minha avó. O primeiro contava com as facas, peixeiras e punhais para se defender, desde criança. Ele tinha preferência por uma peixeira cabo de prata, que no fim da vida usava para matar porcos, com golpes certeiros. Minha avó tinha outra teoria: facas eram boas para a cozinha, nunca na cintura. Além disso, achava que presentear armas brancas cortava a amizade. Coincidência ou não, todos os amigos de quem ganhei ou dei canivetes e facas, terminaram em fiéis e autênticos inimigos. Quando o meu avô fez setenta e cinco anos, ele tinha a mania de ficar melancólico, talvez pensando nas coisas que fez na vida. Não sei se foi por isso, ou porque o peso dos anos ajudaram a confundir um pouco a sua memória, mas o certo é que aos oitenta e dois anos meu avô passou a ouvir fantasmas de madrugada.

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28 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

O extraordinário caso do Tio Sukita

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O detetive Elegância nunca levou a sério a máxima sobre as aparências que enganam. Ele acreditava em seus olhos de lince e partia para cima quando cismava. O comissário Jamanta não aguentava mais, por isso deixou-o fora do caso das meninas do Abranches. Mas Elegância suspeitou do tipo no ponto do São Lourenço, com mala preta e cara de louco, assim que viu o sujeito. E por conta própria investigou o assunto. Se Jamanta soubesse, ia ter rolo. Começou tomando caldo de cana na mulher da Kombi:

“E aquele tipo?”

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27 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

A sinfonia número 7 de Grabowski

Ao dobrar os 60 anos, o maestro Andrzej Grabowski pegou uma caixa de sapatos e guardou as partituras das seis sinfonias que compôs sem sucesso, apesar de amigo de uns tipos na Filadélfia e em Berlim. Nenhum se interessou e ele não teve coragem de jogar no lixo. O fato era que Grabowski não era nada, apesar de ter morado em Florença e em Nova York. A carreira se resumiu a postos obscuros de maestro em uma banda dos bombeiros de Petrolina e regente de sinfônica em Jaú.

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26 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

Vida de artista é uma grande solidão

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Três pessoas foram à exposição, além do artista – a mãe, o amigo e Angel Bermudez, que a todos abençoa com suas palavras gentis. Os quadros na parede eram o espelho do sofrimento do pintor, mas o que representariam exatamente? Ele explicava com paciência, as palavras saindo com dificuldade:

“Minha infância em Goiás. O meu avô. A fuligem na cozinha da palhoça.”

E suspirava:

“Essa fuligem me persegue até hoje.”

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25 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

O beijo na boca da defunta

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Aconteceu de o Sabiá levar o maior susto quando voltou a Maringá, depois de trinta anos ausente. Ele descobriu que todo mundo estava morrendo. Quer dizer, as pessoas que ele conhecia. Uma tia, a professora do Oswaldo Cruz e o açougueiro se foram. A benzedeira e a lavadeira Severina em semanas. E, agora, Adelaide, a vizinha loira. Ele gostava de vê-la estendendo roupa no varal, ela erguia os braços, o vestido encurtava e as pernas roliças apareciam, perigosamente, até bem perto de onde ele queria olhar. Um dia ele entrou na casa dela para entregar um recado e ela estava no sofá da sala, com um vestido branco curto, sem sapatos e olhava para ele com aquela cara de divina e ele esqueceu o recado.

Isso foi quando era apenas um garoto que ficava de cócoras com as mãos no queixo, olhando Adelaide estender roupa, enquanto os amigos o chamavam para jogar bola. Ele teve uma fase na vida que se chamava Adelaide. Ele só queria ver as pernas da Adelaide. Agora, morreu. E ele não aguentou, quebrou o juramento de não beber mais e foi para o boteco ao lado do armazém do Orcílio, que não gostava dele, porque pendurava e não pagava as contas. Isso, quando jovem. Orcílio não morreu, estava com o armazém no Mandacaru. Sabiá entrou no bar, pediu uma branquinha e bebeu, olhando a rua, pensando na vida e na morte.

E só abria a boca para dizer:

“Que coisa!”.

Pois é, até as pernas da Adelaide estavam indo embora.

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24 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

Um ano sem pé nem cabeça

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Assim que começou o ano de 1961, minha prima Maria José entrou correndo em casa com um papel na mão, gritando:

“Olha, que maravilha!”

Ela era criança e se admirava com o fato de o número no papel não perder o sentido, mesmo de cabeça para baixo.

“Olha só”, mostrava virando o papel, com um grande sorriso.

“E daí?”

Ela respondeu:

“Ele continua o mesmo. Não é maravilhoso?”

“Sim, é”, o que se vai dizer?

Em seguida, saiu correndo mostrar a novidade a outra pessoa.

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23 de July de 2016by edilsonpereira
Crônicas

Não atormente ninguém chamado Edgar

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Hoje é sexta-feira e me lembrei de Sofia. Quando criança, ela estudou no Colégio Santa Cruz e aprendeu a rezar a ave-maria. Os primos eram ricos e ela não. Talvez isso deu a origem à cupidez, quando cresceu. O certo é que Sofia Fagundes da Silva passou a ser Sofia Castelnuovo, apesar de o marido chamar-se Adalio de Freitas. Ainda assim, tudo seria esquisitice não fosse ela apelar ao sobrenatural para reparar injustiças das quais se queixava. E isso começou quando resolveu construir uma grande casa a que chamou de mansão. A casa não saía e a macumbeira madame Madalena disse que havia bicho enterrado no terreno:

“É macumba!”

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22 de July de 2016by edilsonpereira
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EDILSON PEREIRA

Edilson Pereira é escritor, dramaturgo e jornalista.

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 “Existem só dois tipos de soldados aqui. Os mortos e os que vão morrer. Os russos estão por todos os lados. Eles vão descer como uma onda humana sobre a Alemanha. Mais cedo do que vocês esperam. Corram para a Espanha enquanto é tempo.” (O português dos olhos verdes)

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