O cubano Alberto Korda ficou conhecido no mundo inteiro por ser fotógrafo oficial da revolução cubana e por fazer uma foto a que deu o nome de “Guerrilero Heróico”. A foto não foi sucesso imediato, até porque não era o objetivo. Ela mostra um homem de boina, olhar altivo, cabelos longos, barba no estilo Jesus Cristo. Não fosse boina e farda, qualquer apóstolo distraído seguiria o guerrilheiro pensando ser um novo Cristo. Para a esquerda latino-americana, era. Seu nome, Che.
A foto teria o mesmo destino de outras, um livro de história, não fossem dois episódios, um seguido de outro. O modelo da foto morreu abatido na selva boliviana, em 1967, doente e faminto, depois de tentar conquistar o país numa ação equivocada. Em consequência, um editor italiano de tendência esquerdista recortou as bordas da foto e estampou em camisetas, como forma de protesto ao imperialismo, guerra do Vietnã, estas coisas. A decisão tomada às vésperas das agitações de 1968 transformou Che Guevara em ícone acima das ideologias, num mito fashion e pop. Ele entrou na ordem do dia e não saiu mais.
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