Se me perguntassem sobre Budapeste, a primeira ideia que viria à cabeça seria uma música popular nos palcos alemães na voz de Marika Rökk, entre as duas guerras mundiais, e que começa assim: “Die Juliska, die Juliska aus Buda-Budapeste, die hat ein Herz voll Paprika, das kein’ in Ruhe läßt”. A música fala de uma húngara de coração cheio de páprica, que mexia com a cabeça dos homens – não só a cabeça, claro. Foi um hit de Marika Rökk, famosa na Europa na primeira metade do século passado.
Sobre Marika, dá para dizer que era um coquetel de nacionalidades: nasceu no Cairo, cresceu na Hungria, passou por Paris, filmou em Londres, conquistou a Alemanha e morreu na Áustria em 2004, com 89 anos. Foi uma versão nazista de Carmem Miranda, embora às vezes com sapateado desengonçado. O certo é que dava conta do recado, fosse cantando operetas de temas tropicais ou canções ciganas.