Quando Dito Paca viu João Venâncio, o Sarrafo, na maior elegância evangélica – terno azul escuro, camisa azul claro, gravata cinza e bíblia embaixo do braço – deu uma gargalhada. Ele não sabia em que seita ou igreja o amigo entrou, mas estava na cara que mudou de vida. Virar evangélico é corriqueiro e não devia assustar ninguém. Ninguém que não conhecesse Sarrafo. A última vez que Dito Paca o viu ele era traficante. E estava se dando bem na atividade: era respeitado e não era preso. Por esta razão, Dito Paca debochou:
“Acabou caindo nos braços do pastor, hein mano?”
Sarrafo deu riso maneiro e respondeu:
“É isso aí, mano. Agora eu tô na área do Senhor!”
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